Por trás da felicidade incontida pelo primeiro gol como profissional há uma história de incerteza, saudade, luta e resiliência. Foi por meio desses elementos que o jovem Jonas Toró foi alçado ao time principal do São Paulo para realizar um sonho. Logo no primeiro jogo como titular, o atacante foi às redes na vitória por 2 a 1 sobre o Goiás e escreveu mais um capítulo da sua trajetória no esporte. Aos 19 anos, Toró experimenta dias de sonhos, que foram idealizados, sobretudo, em épocas em que a saudade castigava. A tal ponto de fazê-lo desistir. Em três oportunidades a dor da distância falou mais alto que a vontade de jogar futebol.

Nascido em Belém de São Francisco, cidade pernambucana localizada a 475 quilômetros de Recife, Toró decidiu voltar para casa depois de chances no Vitória, no Porto, de Caruaru, e no ASA, de Arapiraca. Tudo por causa da saudade dos pais, do irmão e da irmã - ambos mais velhos. "Eu saí [de casa] com 15 anos, para o Vitória. Foi o pior momento para mim, porque nunca tinha saído de casa. Fiquei com saudade, não conhecia muita gente. Foi difícil, mas me deu experiência. Às vezes não há muitas oportunidades. Às vezes é só uma. E quando você perde, fica com aquilo na cabeça: será que vai ter outra?", contou o jovem atleta são-paulino.
A falta de recursos da cidade e o isolamento em relação às principais cidades do estado, segundo Toró, atrapalhou os planos logo no início da vida de atleta, quando Toró arriscava chutes no futsal, seguindo os passos do pai, que trabalhava como pedreiro e também atuava em times amadores. "Foram muitas dificuldades no começo, que é normal. Minha infância foi difícil, porque não havia muita oportunidade de jogar. As pessoas acham que é impossível por causa da distância da capital. A cidade é muito pequena, não tinha muita verba, não tem apoio, disse. Já no Vitória, a distância da família influía até mesmo no rendimento nos treinos. "Eu pensava se era aquilo mesmo que eu queria.
No clube do Morumbi, Toró passou a ter destaque no fim da temporada 2017, com o título da Copa RS, em dezembro. No ano seguinte, foi vice-campeão e artilheiro da Copa São Paulo, além de erguer a taça da Copa do Brasil sub-20, na final contra o Corinthians. Um mês depois do título, o São Paulo comprou seus direitos econômicos, que ainda eram do Primavera. O atacante, então, passou a treinar entre os profissionais. Toró mora no CCT da Barra Funda e ainda tem de lidar com a distância da casa dos pais - apenas o pai veio visitá-lo em São Paulo em duas ocasiões. Antes de estrear no time profissional, o atacante esteve perto de ser emprestado pela diretoria e viver mais uma experiência .
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